PERCURSOS
DA HISTÓRIA, EUROPA E ÁFRICA.
Por: Carlos
Santos da Silva (Estudante 4º Semestre do Curso de Licenciatura em História da
UNEB, Polo UAB Camaçari).
A partir dos anos 1980
e 1990, acompanha-se uma multiplicação de estudiosos, temas e métodos de
trabalho que tornam a História da África uma área disciplinar consolidada e
internacionalmente reconhecida. Tratando-se assim, de um avanço intelectual e
institucional com a constituição de novas áreas de estudos historiográficos
africanos dentro e fora do continente. Deste desenvolvimento, surgem novos
especialistas na temática, que se tornam figuras influentes dentro do meio
acadêmico. Isto tanto dentro da África, como B. Barry, A. F. Ajahi, A. Boahen,
B. A. Ogot, V. Mudimbe, I. A. Akinjogbin, T. Falola, M. Diouf, E. J. Alagoa e
outros; quanto fora da África, como J. Vansina, J. Thornton, C.
Coquery-Vidrovitch, P. Lovejoy, J. Miller, Y. Kopytoff, A. Costa e Silva, K.
Asante, M. Bernal, Carlos Lopes, D. Birmingham entre outros.
O continente que deu
vida ao próprio homem foi condenando por muitos deles ao esquecimento e a
inferioridade. Complexa e diversa, a África, sua história e seus povos precisam
ser mais bem compreendidos, e seus papéis, na história do mundo, redimensionados.
Sua história possui vida e instrumentos
variados de resgate. Mais do que isso, o esforço e os caminhos alternativos da
pesquisa histórica na África, para além, de reconstruir sua relevância teórica
e política no estabelecimento de contribuições às diversas correntes
interessadas na superação da agenda eurocêntrica das ciências sociais, também
serviram como modelos de estudos realizados fora do continente. Assim como os
historiadores africanistas e africanos passaram a beber das inovações das
pesquisas em outras regiões que possibilitaram vislumbrar o passado de seus tão
complexos contextos. É evidente que tropeços ocorreram como também existiram
avanços. Percebe-se, portanto, que, no momento atual da construção das formas
de ver e pensar a história da África, as renovações e modificações nos enfoques
dos estudos trouxeram modelos explicativos que tendem a fugir dos
enquadramentos simplistas, generalizantes e somente ocidentais. Suas análises
se iniciam pelo próprio universo africano, seja pelas perspectivas dos
africanos, seja pelas novas percepções sobre suas histórias, realizadas por
pesquisadores de vários países. Tais mudanças auxiliam na busca de melhor
elucidação das diferenças encontradas na África e na redefinição do papel desta
na história mundial, tanto no passado quanto no presente.
Como vimos ao longo
dessas linhas que, um reflexo, na verdade, de décadas de idas e vindas,
superações e convencimentos de que a história da África não se limitava ao estudo
da tradição, do exótico ou das influências colonialistas das potências europeias.
Referência:
Silva,
Thiago Stering Moreira da. Caminhos e descaminhos da historiografia da
História da África (1840- 1990). Monografia apresentada a Universidade
Federal de Juiz de fora, Julho de 2010. Disponível em: http://www.ufjf.br/historia/files/2013/11/2010-Caminhos-e-descaminhos-da-historiografia-da-Hist%C3%B3ria-da-%C3%81frica-1840-.pdf . Acesso
em: 20 de maio de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário