terça-feira, 30 de maio de 2017

PERCURSOS DA HISTÓRIA, EUROPA E ÁFRICA.

Por: Carlos Santos da Silva (Estudante 4º Semestre do Curso de Licenciatura em História da UNEB, Polo UAB Camaçari).

A partir dos anos 1980 e 1990, acompanha-se uma multiplicação de estudiosos, temas e métodos de trabalho que tornam a História da África uma área disciplinar consolidada e internacionalmente reconhecida. Tratando-se assim, de um avanço intelectual e institucional com a constituição de novas áreas de estudos historiográficos africanos dentro e fora do continente. Deste desenvolvimento, surgem novos especialistas na temática, que se tornam figuras influentes dentro do meio acadêmico. Isto tanto dentro da África, como B. Barry, A. F. Ajahi, A. Boahen, B. A. Ogot, V. Mudimbe, I. A. Akinjogbin, T. Falola, M. Diouf, E. J. Alagoa e outros; quanto fora da África, como J. Vansina, J. Thornton, C. Coquery-Vidrovitch, P. Lovejoy, J. Miller, Y. Kopytoff, A. Costa e Silva, K. Asante, M. Bernal, Carlos Lopes, D. Birmingham entre outros.
O continente que deu vida ao próprio homem foi condenando por muitos deles ao esquecimento e a inferioridade. Complexa e diversa, a África, sua história e seus povos precisam ser mais bem compreendidos, e seus papéis, na história do mundo, redimensionados.
Sua história possui vida e instrumentos variados de resgate. Mais do que isso, o esforço e os caminhos alternativos da pesquisa histórica na África, para além, de reconstruir sua relevância teórica e política no estabelecimento de contribuições às diversas correntes interessadas na superação da agenda eurocêntrica das ciências sociais, também serviram como modelos de estudos realizados fora do continente. Assim como os historiadores africanistas e africanos passaram a beber das inovações das pesquisas em outras regiões que possibilitaram vislumbrar o passado de seus tão complexos contextos. É evidente que tropeços ocorreram como também existiram avanços. Percebe-se, portanto, que, no momento atual da construção das formas de ver e pensar a história da África, as renovações e modificações nos enfoques dos estudos trouxeram modelos explicativos que tendem a fugir dos enquadramentos simplistas, generalizantes e somente ocidentais. Suas análises se iniciam pelo próprio universo africano, seja pelas perspectivas dos africanos, seja pelas novas percepções sobre suas histórias, realizadas por pesquisadores de vários países. Tais mudanças auxiliam na busca de melhor elucidação das diferenças encontradas na África e na redefinição do papel desta na história mundial, tanto no passado quanto no presente.
Como vimos ao longo dessas linhas que, um reflexo, na verdade, de décadas de idas e vindas, superações e convencimentos de que a história da África não se limitava ao estudo da tradição, do exótico ou das influências colonialistas das potências europeias.

Referência:
Silva, Thiago Stering Moreira da.  Caminhos e descaminhos da historiografia da História da África (1840- 1990). Monografia apresentada a Universidade Federal de Juiz de fora, Julho de 2010. Disponível em: http://www.ufjf.br/historia/files/2013/11/2010-Caminhos-e-descaminhos-da-historiografia-da-Hist%C3%B3ria-da-%C3%81frica-1840-.pdf . Acesso em: 20 de maio de 2017


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